O encenador José Francisco Filho encara o texto como uma grande
brincadeira “séria”. Os personagens apesar de serem brinquedos são encarados
como crianças que a todo o momento, apesar de tantos maus tratos, brincam, se
divertem, brigam uns com os outros e depois fazem as pazes, justamente como as
crianças fazem. Talvez por isso, a montagem gere uma identificação tão grande com elas,
pelo fato mostrar diretamente seu universo. Dessa forma foi abolida qualquer
interpretação mimética de movimentos mecânicos de brinquedos, ao contrário,
todos eles andam, falam, se comportam e tramam coisas como crianças. Contudo
não se buscou fazer com que o ator falasse forçosamente ou falsamente como
criança, mas sim, se buscou verdadeiramente a forma como ela pensa. Então
marcas foram pensadas dentro desse mundo, a exemplo disso, citamos uma briga de
bolinhas de papel no meio do julgamento da Menina Má, as personagens se
esquecem por alguns momentos que estão em um local sério como um tribunal e
começam a se comportar como o que realmente são, crianças.
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